Praticagem de São Paulo diz que profundidade do canal influenciou em acidente com navio no Porto de Santos
Praticagem de São Paulo, responsável pelos profissionais que orientam comandantes de navios nas manobras de entrada e saída do Porto de Santos, no litoral de São Paulo, considera que a profundidade do canal de navegação contribuiu para colisão de um porta-contêineres com três balsas na noite domingo (6). O caso é investigado pela Marinha.
O navio Santos Express colidiu lateralmente com três balsas que realizam a travessia de veículos entre Santos e Guarujá. As embarcações FB-18, FB-19 e FB-28 foram atingidas e tiveram diversos danos. O acidente foi registrado em vídeo por motoristas que utilizam o serviço e funcionários da empresa. Ninguém se feriu.
“Se não houve falha de máquina, a única coisa que pode contribuir [para o acidente] é que ele [o prático] sentiu a pouca profundidade. O navio foi mais à direita em busca de mais água”, explicou o diretor de relações institucionais da praticagem, Fábio Mello Fontes. A bordo do navio, segundo a instituição, estavam dois práticos em serviço.
“O prático quando percebeu o que poderia acontecer, tentou amenizar do jeito que pode. O prático foi mestre. Quando ele percebeu, tentou amenizar o acidente. Foi o prático quem evitou um acidente maior”, declarou Fontes, nesta segunda-feira (7). O acidente é alvo de uma investigação da Marinha do Brasil para apurar causas e responsabilidades.
Colisão
O monitoramento via satélite do navio Santos Express indicou que ele acessou o Canal do Estuário, utilizado para a navegação aos terminais do Porto de Santos, às 20h22. Exatos sete minutos depois, a embarcação, que tem 48 metros de largura (boca), aproximou-se bruscamente da Margem Esquerda do cais, em Guarujá.
Durante um minuto, a lateral direita do cargueiro se arrastou pelas três balsas, utilizadas pela estatal Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa) no serviço de travessias marítimas no litoral paulista. As duas primeiras embarcações estavam fora de serviço, e a terceira havia desembarcado veículos momentos antes.
Em razão do tamanho do navio, ao menos um barco rebocador auxiliava na manobra do navio de acesso ao complexo. Após o ocorrido, o cargueiro alinhou-se novamente no canal e atracou em segurança no cais da DP World Santos, também na Margem Esquerda,às 21h13, para onde deslocaram-se peritos da Marinha.
A Hapag-Lloyd, armadora proprietária do navio, que tem bandeira alemã e foi batizado em novembro de 2017, informou que está colaborando com as autoridades e que a ocorrência também é alvo de uma apuração interna. Duas das balsas atingidas permanecem inoperantes, sem previsão de retorno ao serviço de travessias.
Fonte: G1