Avança projeto de um canal interoceânico
O recente anúncio de um canal interoceânico na Nicarágua é visto hoje como um passo a mais na concretização deste projeto e como uma oportunidade para otimizar o comércio mundial.
Alberto Vega, da empresa ERM – encarregada dos estudos de viabilidade sobre o projeto – comentou nesta capital que se esta via se tornar realidade, satisfaria a atual demanda global de transporte comercial.
O canal dará serviço aos barcos de maior calado e será a rota mais curta entre a Ásia e os portos modernos na costa leste dos Estados Unidos e Europa, assegurou.
Segundo explicou, nos próximos anos, o comércio mundial crescerá mais de três vezes, o que criará uma maior demanda de capacidade de navegação e congestionamento no Canal de Panamá na próxima década.
A isto se soma que o aumento no tamanho dos navios ultrapassou a capacidade dos canais existentes – os maiores e eficientes não cruzam o istmo – e por esse motivo uma segunda via interoceânica na América Central ajudará a satisfazer a demanda com menor custo, explicou o especialista da empresa ERM.
A mesma opinião é compartilhada por Dong Yunsong, representante do HKND Group, empresa chinesa com sede em Hong Kong e concessionária desse projeto.
Para ele, um canal através de Nicarágua assumiria cinco porcento do transporte do comércio mundial.
Durante a apresentação da rota definitiva na passada segunda-feira, Yunsong fez referência aos benefícios econômicos que esta obra de infraestrutura representa para o país, o que poderia duplicar seu Produto Interno Bruto e se converter em um dos mais ricos da América Central, assegurou.
O canal nicaraguense terá uma longitude de aproximadamente 278 quilômetros, dos quais um trecho de 105 estarão no lago Cocibolca.
Durante seu percurso, passará pelo delta do rio Brito, no departamento (estado nicaraguense) de Rivas, a cerca de 110 quilômetros de Manágua, atravessará o lago e transitará pelo rio Tule até a desembocadura do rio Punta Gorda, na Região Autônoma do Atlántico Sul.
Além desta obra de infraestrutura, serão construídos dois portos de águas profundas, uma zona de livre comércio, um complexo turístico, um aeroporto internacional e várias estradas.
Segundo o HKND, este canal permitirá a passagem de 5.100 barcos anuais, entre eles os de grande porte, e o tempo de trânsito será de cerca de 30 horas.
Fonte: Pátria Latina