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As maiores frotas de navios mercantes do mundo

As maiores frotas de navios mercantes do mundo

Segundo relatórios da UNCTAD e CIA*, o registro e propriedade da frota mercante mundial está polarizada entre, países que apenas recebem o registro de navios (em geral bandeiras de conveniência), e os países que possuem as sedes das empresas de navegação.

Em primeiro lugar em registro de frota, tanto em tonelagem quanto em quantidade, ainda é o Panamá, e em seguida a Libéria, porem vale lembrar que ambos são bandeiras de conveniência, e seguramente grande parte desta frota é apenas registrada nestes paraísos fiscais, porem seus proprietários mantém suas frotas em outros países. Porem na realidade o que interessa é a propriedade real, então atualmente os maiores proprietários estão ainda na Europa.

A Alemanha ainda figura como o país com maior número de navios mercantes oficialmente ligados à armadores alemães, em seguida vem o Japão, China, e a Grécia, que  ultrapassa à todos, inclusive Alemanha em tonelagem, mas não em número, isso porque na frota de empresas gregas, predominam navios gigantes, como graneleiros e tanques, enquanto que a frota de empresas alemãs é predominantemente composta por navios porta contêineres, reefers, e carga geral. Claro que o fato de apenas ter empresas proprietárias em determinado país não reflete realmente estes navios transportam cargas para este país.

É o caso da Alemanha, pois a maioria dos armadores alemães afreta seus navios à “casco nú”, em muitos casos para empresas como a Maersk Line (Dinamarca), MSC (Suíça/Italiana), ou CSAV (Chile).

Países como os Estados Unidos, aparecem em lugar de destaque como sexto colocado geral em tonelagem, isto tem uma explicação: Muitos armadores gregos e de outros países como Chipre, Malta, tem suas sedes em Nova Iorque, com isso estes navios mesmo registrados na Grécia, ou em paraísos fiscais entram na estatística como de propriedade nos Estados Unidos, além da predominância dos armadores genuinamente americanos registrarem seus navios no Panamá, Libéria e Bahamas.

Foto: dpa / Ingo Wagner

Foto: dpa / Ingo Wagner

 

Algumas realidades representam um paradoxo, o Brasil é um exemplo, pois grandes empresas como Vale e Petrobras tem frotas registradas fora, a Vale em particular possui mega navios, o que faz o Brasil entrar entre os 35 países com maior tonelagem, porem todos estes navios são registrados fora; outro contraste é que grande parte da frota registrada no Brasil não pertencem à empresas genuinamente brasileiras, grande parte destes navios tem apenas o gerenciamento local, portanto estes navios entram na contagem dos países que dominam as frotas, neste dados vale ressaltar que a Noruega, Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra e Itália (estes são apenas os principais), controlam uma parcela significante da frota em bandeira brasileira, claro que isto também ocorre em outros países.

O Brasil precisa urgente de uma política para desenvolver sua indústria marítima, exemplos de países como Grécia, Noruega, Alemanha, Japão, Inglaterra, Cingapura, e até a Índia, demonstram que é possível criar órgãos federais com capacidade de gerenciar estudos, projetos e incentivos para empresas locais, estes países citados, mantém este caro e arriscado ramo de pé, isso graças ao tipo de políticas voltadas ao setor, que deve ser gerido por profissionais do ramo.

Gigante Vale Maranhão, em construção no STX Hyeoksin facility, Donghae-Myeon, Goseong, South Korea, bandeira - Ilhas Marshall, Foto Lappino

Gigante Vale Maranhão, em construção no STX Hyeoksin facility, Donghae-Myeon, Goseong, South Korea, bandeira – Ilhas Marshall, Foto Lappino

 

Nos "outros tipos de navios", entram na contagem: Rebocadores, supplys, dragas, e embarcações de menor porte, e até sem propulsão.

Nos “outros tipos de navios”, entram na contagem: Rebocadores, supplys, dragas, e embarcações de menor porte, e até sem propulsão.

 

Em destaque: Grécia, Alemanha, Japão, Dinamarca e Itália.

Em destaque: Grécia, Alemanha, Japão, Dinamarca e Itália.

Números – Estes são dados da UNCTAD, são os dados mais recentes, os dados aqui referem apenas para navios acima das 1000 DWT:
  • 104.305 – É o número de navios comerciais em atividade no mundo (mercantes acima das 1000DWT); porem 46.901 navios pertencem as 35 frotas, por país.
  • 49,7% da tonelagem mundial pertence à empresas em 4 países em ordem, Grécia, Japão, Alemanha e China.
  • 3.989 navios, esta é a frota de empresas alemãs; 422 navios estão registrados em bandeira alemã, o restante esta registrado em outros países.
  • 3.960 navios, é a frota pertencente à empresas Japonesas; 717 navios estão registrados no Japão, os demais em outros países em sua maioria no Panamá.
  • 3629 navios são de empresas chinesas; 2060 navios, são registrados no próprio país, porem grande parte são navios de menor tonelagem (abaixo das 6000tons).
  • 3321 navios são de armadores gregos; 738 estão oficialmente registrados na Grécia, os demais em sua maioria são registrados em Chipre, Malta e Libéria; os gregos dominam as frotas de graneleiros e tanques, por isso a Grécia ainda figura como a maior tonelagem do mundo.
  • 37% da tonelagem total de navios porta container, são de empresas alemãs (A Alemanha responde por 23% do transporte de carga mundial, fazendo deste país o primeiro colocado).
  • Em ordem podemos listar a Alemanha (23%), Japão (11,2%), Grécia (9,8%), China ( 7,5%), e Dinamarca (5,6%), estes são os países que dominam o transporte marítimo mundial.
  • Maersk Line, MSC e CMA CGM juntas, operam 30% da capacidade de transporte de containers mundial.
  • O Brasil aparece em vigésimo primeiro colocado geral em TONELAGEM; não é tão mal se esse volume de tonelagem não fosse 83% da tonelagem global em registro fora do Brasil, nestes números entram na contagem a frota da “Vale” e “Petrobras”; a Vale tem todos navios registrados fora, a Petrobras uma boa parte; porem em números a frota brasileira viria entre os 50 mais, pois são apenas 172 navios acima das 1000 TDW pertencentes à empresas locais; grande parte dos navios registrados no Brasil são de empresas de fora (mais de 300 navios), por isso este números são tão baixos.
Tabela 2.4 da UNCTAD as 35 maiores frotas do mundo em ordem de tonelagem, vale notar que a Alemanha aparece em terceiro colocada, porem, ela sobe para primeiro em número de navios.

Tabela 2+4

Os números da CIA em grande parte refletem à realidade dos anos de 2009 à 2011, neste período a frota mercante estava passando por uma “renovação”, mais de 1000 navios foram desmanchados ou encostados (laid up) permanentemente. A frota grega que era a maior até 2009, era composta por muitos navios antigos, e com a crise no setor que atingiu em cheio o mercado à partir de 2008, a tendência para investimento em frotas antigas foi modificada para renovação de frota, nisto os alemães foram mais eficientes que os demais, pois já vinham renovando a frota desde 2006, por isso entre 2011/12, a Alemanha atinge o primeiro lugar em número de navios.

Estes dados são um reflexo da indústria marítima, da qual grandes empresas de navegação sobrevivem graças à economia de escala usando navios cada vez maiores, além de demonstrar uma tendência para segmentação de frotas marítimas, em países como Alemanha, Dinamarca, Japão e outros, predominam armadores de navios porta container, enquanto Grécia, Singapura, China, Brasil e outros, predominam frotas de navios para graneis (commodities). Navios porta container transportam as mercadores mais valiosas, como bens de consumo, e podem auferir lucros muito bons aos seus proprietários, enquanto os navios para graneis normalmente, transportam produtos primários, como minérios; os fretes tem mantido à tendência de queda, por isso que empresas de mineração como a Vale e BHP Billiton (a maior do mundo), investiram em frota própria, ou fizeram contratos para fretamento por longo prazo, geralmente com armadores: Chineses, Japoneses, Noruegueses, e Gregos, com isto estão mantendo os valores de fretes do seguimento de graneis sólidos, em baixa.

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*Os dados da CIA são de 2008/10, foram usados apenas como referência, neles apontam a Grécia como primeiro colocado, seguido pelo Japão.

Fonte: Blog Mercante

 

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